Depois de um longo e tenebroso inverno, eis-me aqui de volta.
Vamos às palavras e imagens outra vez.
Borboletas me convidaram a elas.
O privilégio insetal de ser uma borboleta me atraiu.
Por certo eu iria ter uma visão diferente dos homens e das coisas.
Eu imaginava que o mundo visto de uma borboleta
Seria, com certeza, um mundo livre aos poemas.
Seria, com certeza, um mundo livre aos poemas.
Daquele ponto de vista:
Vi que as árvores são mais competentes em auroras
do que os homens.
Vi que as tardes são mais aproveitadas pelas garças
do que pelos homens.
Vi que as águas têm mais qualidade para a paz
do que os homens.
Vi que as andorinhas sabem mais das chuvas
do que os cientistas.
Poderia narrar muitas coisas ainda que pude ver
do ponto de vista de uma borboleta.
Ali até o meu fascínio era azul.
(Manoel de Barros, Borboletas)
Amo borboletas!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário, seu olhar, sua essência e reticências, enfim.