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abril 03, 2011

Literatura: segredos do ofício


Truman Capote (escritor norte-americano, 1924-1984) não começava a escrever antes de ter uma ideia clara do que seria o último capítulo.

   

   Henry James (escritor norte-americano, 1843-1916) detalhava o cenário capítulo por capítulo antes de começar a escrever.

   Henry Miller (escritor norte-americano, 1891-1980) costumava começar a trabalhar logo após o café da manhã, quando então sentava-se imediatamente diante da máquina. Se via que não conseguia escrever, simplesmente desistia. Revisava ou modificava um texto muitas vezes. Deixava o texto de molho durante algum tempo (um mês ou dois) e só então retomava o trabalho, agora com outros olhos. Contudo, nem sempre o processo era assim, porque às vezes o texto já saía quase como ele gostava.


Fernando Sabino (escritor e jornalista brasileiro, 1923-2004) às vezes começava a escrever como um principiante, ou seja, sem saber o que dizer. Então escrevia a primeira palavra a segunda e a próxima, até o texto ficar pronto para, finalmente, saber sobre o que ia escrever.



   Françoise Sagan (escritora francesa, 1935-2004) também afirmava que precisava começar a escrever para ter ideias.

   T. S. Elliot (poeta, dramaturgo e crítico literário inglês, 1888-1965) escrevia parte à máquina. Porém, boa parte de sua peça The Elder Statesman foi a lápis. Quando ele mesmo datilografava, fazia muitas alterações. Três horas por dia era mais ou menos o quanto conseguia trabalhar, em termos de criação. Mas o que escrevia dentro desse tempo, no dia seguinte nunca lhe parecia satisfatório.

   Ernest Hemingway (escritor norte-americano, 1899-1961) apontava lápis, primeiramente. E sempre reescrevia, na manhã seguinte, o trecho produzido no dia anterior.Quando terminava, repassava tudo outra vez. Mas o número de vezes em que isso acontecia variava de caso para caso. Em Adeus às Armas, por exemplo, o escritor reescreveu a última página trinta e nove vezes. Quanto aos títulos, escolhia dentre uma lista que elaborava só depois de terminar o conto ou livro.

   Gore Vidal (escritor norte-americano, 1925), antes de começar a escrever, quase sempre lê durante uma ou duas horas. Diz que faz isso para limpar a mente. E toma um café. "Aí a musa vem ao meu encontro." Reluta em começar a trabalhar e age da mesma forma quando chega a hora de parar. Considera que o mais interessante na tarefa de escrever é observar como o ato apaga o tempo. Para ele, nestas situações, é como se três horas parecessem três minutos.E nunca relê um texto até terminar a primeira versão.

   Georges Simenon (escritor belga de língua francesa, 1903-1989) preferia começar rabiscando algumas notas... num envelope de tamanho ofício. Colocava dados gerais sobre os personagens, mas isso não representava o enredo da história. Nesse momento do trabalho, o autor não sabia o que iria acontecer com os personagens, cujos nomes algumas vezes mudava enquanto escrevia.

    Pra finalizar, duas curiosidades mínimas: William Faulkner (escritor estadunidense, 1897-1962) compôs O Som e A Fúria quando teve a visão rápida e repentina do assento sujo do calção de uma garota. E D. H. Lawrence (escritor inglês, 1885-1930) fez sete ou oito rascunhos de The Rainbow até considerá-lo pronto.