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janeiro 30, 2010

   "Se o cotidiano lhe parecer pobre, não o acuse: 
acuse a si mesmo de não ser bastante poeta 
para extrair as suas riquezas." 
(Rainer Maria Rilke, em Cartas a um jovem poeta)


   Anteontem pela manhã, céu acinzentando-se para receber a chuva da tarde, aconteceu um fato poético que - Ave! - fui capaz de ver a tempo. Uma pequena pétala que voa*, asas marrons e brancas, pousou no meu braço, quase à altura do ombro. Pousou e ficou o tempo bastante para cristalizar o presente.
   E senti-me, súbito, um ser eleito, digno de experiências além do limite da realidade - conversar com anjos, sobrevoar o tempo nas costas de um dragão...
   Tá bom, sei, grande coisa, não foi nada demais. Mas permita-me, Deus, experimentar uma gota de envaidecimento. Perdoe-me pelo meu orgulho ao olhar minhas mãos limpas de sangue e por ainda me descobrir capaz de encantar-me com essa alegria boba que estremeceu meu coração jurássico. Uma borboletinha silvestre fez-me um carinho inesperado e pincelou meu dia de sonho. 

* referência a Clarice Lispector

Um comentário:

  1. Que coisa linda! Quero viver uma experiência assim: ser doce ao ponto de deixar posar asas em mim e generosa o suficiente para doar alguma ternura de volta a ela.
    Lindo, lindo demais.
    Bjs

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