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fevereiro 21, 2012

É pra você, infame...


É pra você, infame, que nestas palavras me emaranho, que me banho de vinho tinto e me embriago de Carpe Diem. Sensatez passa longe quando a vida me põe assim simplesmente fissurada. Penteio meus desejos com delicadeza, afino meus carinhos, ensaio meus uivos de amor. Decoro Neruda enquanto me visto, cantarolo Cazuza enquanto me calço, completamente blue.
Ah, mas algo me diz, infame, que você não merece minha nudez de poeta, nem meus arrepios de mulher. Não merece uma gota do meu ser ao teu ouvido, nem meu amor sussurrado às tuas costas, nem minhas cenas de paixão, nem as letras do teu nome em chocolate branco, nem as letras do meu nome em chocolate negro, nem eu imprevisível amante marginal.
Acho que não sou bastante infame pra você.
Esta noite vou te matar. Num sonho qualquer.


*Imagem: Butterfly Factory, ilustração do artista francês Julien Pacaud.

2 comentários:

  1. Lindo, Telma! Um tapa imaginário na vaidade de alguém. Gostei! E muito.

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  2. Texto maravilhoso! Parabéns, moça. Adoro sua escritura. Bj

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