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dezembro 27, 2009

Então é Natal...

   Anteontem quis escrever sobre o Natal, mas não esbocei um gesto sequer quando as palavras me vieram. Ficaram um tempo dançando ciranda na minha cabeça, evocaram imagens... Como não esbocei um gesto, desmancharam-se, dispersaram-se, foram-se.
   Contudo lembro que pensei na árvore de Natal não só da minha infância, mas a única que tivemos. Um cabo de vassoura preso a uma base circular de metal (pesada!), algumas barrinhas de ferro (finíssimas) fincadas pelo corpo do cabo. Depois, pintou-se a base de vermelho, os ferrinhos de preto; encapou-se tudo com papel celofane verde e... voilá! Mal dezembro raiava, era só decorá-la com as mesmas bolas coloridas de todos os anos,  algumas tiras de algodão, e pronto. Ah! Havia também o resistente conjunto de luzinhas pisca-pisca e também uma grande estrela amarela no topo.
   Tristes natais. Papai Noel nunca falhou, sempre ganhei alguma coisa, geralmente o que não pedia - nunca pedi um violão, uma máquina de escrever (sim, eu convivi jurassicamente com máquinas de escrever!), bonecas, loucinhas de brinquedo...
   Tristes natais. Comida especial, presentes, discussões, lágrimas. Solidão. E nas noites de Natal afora a mesma sensação de estar vagando por uma rua deserta e muito fria, à parte do tal espírito do natal singrando pela cidade.
   Violão? Bonecas? Roupa nova?  Eu só queria uma única noite de sorrisos e afeto. Uma noite terna como o olhar de Maria repousando sobre o Menino Deus na manjedoura.                                 

4 comentários:

  1. Ai, Telma, desse jeito você me obriga a molhar o teclado. Os textos de seu blog são de uma limpeza que as vezes é muito dolorida... E este acabou comigo. É tanta coisa boa que a gente insiste em não lembrar...

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  2. Ai, Telma, como é que esquecemos que as lembranças mais limpas, que são as mais lindas, são as mais doloridas, são as que menos lembramos, para preservá-las do mundo, pelo tesouro que são...

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  3. Lindo texto!Fez com que meus olhos ficassem úmidos...

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  4. Telma, querida....que texto lindo. Meus natais foram bos, até aqui. Alguns atropelos, um ano ou outro, nada comprometedor. Mas geralmente choro. Na esperança de um Natal melhor. Sempre melhor. E os presentes nem deveriam ser nossos, não é mesmo? às vezes pouco lembro do aniversariante...
    Como a vida é!

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