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abril 27, 2012


   Esperam-me dias sombrios. Não importa se verão, choverá dentro de mim. Pequenos tornados ocasionais revolverão músicas e poemas e delicadas saudades implacavelmente. Talvez eu enlouqueça e imploda; mas vaso ruim, cabra das montanhas, alma vira-lata, sobreviverei.
   One is the loneliest number that you ever do.*
   Mamãe, me aqueça, porque sou novamente uma menininha sentada num canto, olhando para o quintal e esquecida por todos, banalíssima, um objeto quase, tão silenciosa. Ainda gosto quando chove, mas não mais me entreto a construir barquinhos de papel - mãos desajeitadas mas olhos de carinho pelo barquinho indo, enfrentando gotas e correntezas... até virar e desmanchar-se o sonho.
   Sou um dos meus barquinhos de papel e só é noite, mas não chove, faz frio, mas não chove, e uma correnteza veio e me virou.
   One is the loneliest number that you ever do.



*Da música One, de Aimée Mann..